A História dos Vestidos
Para todas as ocasiões existe um vestido ideal para seu estilo e para o seu tipo de corpo. Mas você sabe como surgiram os vestidos?
Independente da ocasião, existe um vestido ideal para seu estilo e para o seu tipo de corpo. O que sempre deve ser levado em consideração é a elegância, o conforto e a harmonia do visual.
Autor desconhecido
Por isso o vestido é uma das peças mais adoradas pelas mulheres e é presença garantida em quase todos os guarda-roupas femininos. Mas como surgiram os vestidos?
No post sobre "A história das Saias" aqui no blogModacad, nós falamos sobre como surgiram as roupas. Os seres humanos começam a sentir necessidade de se cobrir para proteger o corpo e com o passar do tempo, essas peças foram tomando formas.
Acredita-se que as túnicas são as ancestrais dos vestidos na História da Humanidade. As túnicas são peças que surgiram a muito tempo, bem antes da Era Cristã.
Túnicas na Grécia Antiga (Crédito:ZU_09/iStock)
Na pré-história, a humanidade já começa a se proteger das condições do meio ambiente usando peles de animais. Quando esta prática se torna um hábito, surge a necessidade de fixar estas peles ao corpo para libertar os movimentos e considero esta evolução como o início da produção de roupas.
No período paleolítico a humanidade passou a curtir as peles de animais e a usar os ossos mais finos como agulhas. No período neolítico foi criado o tear. Mas foi a partir da invenção da tesoura, no oriente médio, aproximadamente em 1.500 AC, que a confecção das roupas desenvolve exponencialmente as tecnologias de modelagem e costura. As túnicas são a maior evidência da evolução das roupas neste período.
Nesta época, e por muitos séculos depois, só os membros da nobreza podiam se vestir com variedade e qualidade. Inicialmente era comum vestirem túnicas com cortes retos, sem muita distinção de modelo, mas decoradas com pedras e bordados. Esses adereços eram uma forma de distinção social.
No final da idade média e início do Renascimento, entre meados do sec XIV e sec XV, tem início o advento da moda. A partir daí este comportamento de conferir distinção social através da originalidade e da beleza das roupas se amplia e dá início a novos fenômenos como conferir também a diferenciação dos sexos e a valorização da individualidade.
Mas só a partir do século XVIII, depois da revolução francesa, quando ricos e pobres passam a se vestir de forma mais despojada e parecida, é que podemos dizer que o vestido passa a ser considerado como nos dias de hoje, uma peça exclusiva do vestuário feminino.
Em muitos momentos a história dos vestidos se confunde com a história da saia. No fim do século XIX, os vestidos ganham novas possibilidades de criação com a invenção da crinolina, armação que dava forma e volume às roupas das mulheres.
Um modelo de crinolina mais aberto para dar a sensação de volume (Domínio público/Wikimedia)
Até 1870 as cores dos vestidos eram mais neutras e os comprimentos eram mais longos. Mas ao longo desta década, cores mais vibrantes, tecidos mais fluidos e estampados começam a surgir no dresscode feminino da época.
No século XX, com a despedida das crinolinas e espartilhos, os vestidos passam a ter um caimento mais natural, com a cintura menos marcada. Um avanço na longa trajetória da revolução do vestuário feminino que conquistou o conforto e a mobilidade para as mulheres. No início do século, ainda em forte sintonia com o conceito de feminilidade romântico do século anterior, os vestido ainda eram feitos com muita renda e estampas bem delicadas.
A década de 20, com seus elementos que encantam as pessoas até os dias de hoje, trouxe um pouco mais de ousadia para a moda feminina. Os vestidos passam a mostrar os tornozelos das mulheres! A cintura era pouco ou quase nada marcada e o comprimento era um pouco abaixo do joelho. Estes modelos eram bem mais confortáveis que os vestidos pesados, com armações, das décadas anteriores.
Moda nos anos 20 (Crédito:Casarsa/iStock)
Nessa mesma década foi criado o famoso Pretinho Básico de Coco Chanel. Para sermos mais exatos, foi no ano de 1926, quando a revista "Vogue" publicou a ilustração do vestido feito pela estilista.
Os vestidos dos anos 40 também tinham o comprimento um pouco abaixo dos joelhos, mas agora os modelos não tinham mangas longas e valorizavam o colo das mulheres, com um toque a mais de sensualidade.
Os vestidos tomara que caia, por exemplo, surgiram em 1946. O figurinista Jean Louis criou um tomara que caia em cetim para a atriz Rita Hayworth, estrela do filme Gilda.
Alguns anos mais tarde, em 1950, o estilista Balenciaga desenhou um modelo com busto e cintura bem justos e com a saia bem rodada. O volume nas saias dos vestidos, a cintura marcada e as estampas delicadas, como os poás, foram presença garantida na moda dessa década.
Esses vestidos foram também uma evidência a mais de como a moda tem em sua gênese esta vocação para releitura das formas e conceitos estéticos de períodos passados.
Os anos 60 trouxeram junto com a minissaia o mini vestido. O modelo era uma febre entre as mulheres, chegando até a ser usado por noivas em cerimônias de casamento.
Os tubinhos foram usados até mesmo em cerimônias de casamento nos anos 60 (Fonte: wikimedia commons)
Foi também nos anos 60 que surgiu o vestido tubinho, criado por Yves Saint Laurent.
O estilista lançou a coleção de vestidos “cocktail dresses”. A ideia era que esses modelos fossem usados em ocasiões próprias para trajes não muito formais. As estampas dos vestidos eram desenhadas com linhas gráficas e coloridas inspiradas nos quadros do artista Mondrian.
Os anos 70 trouxeram um clima mais leve para a moda e os vestidos nessa época incluem novamente o comprimento longo, porém, acompanhando a tendência da década, eram feitos com tecidos mais leves e modelos menos estruturados. Também na década de 70 Diane Von Furstenberg criou o famoso vestido envelope. O modelo é muito usado até os dias de hoje.
“Quando o desenhei, pensei em algo que fosse sexy, elegante, feminino e, ao mesmo tempo, prático e fácil de vestir. A mulher precisava de tempo para pensar em outras coisas, em vez de só se produzir”
Diane Von Furstenberg
Nos anos 80 foi lançado o vestido jeans. Nesta época o jeans era tendência dominante e seu sucesso continuou por muito tempo. Até o início dos anos 2000, foi criada uma grande variedade de vestidos jeans com decotes, comprimentos e volumes diferentes atendendo aos mais variados estilos.
Atualmente, em meio a uma infinidade de modelo de vestidos, feitos com todo tipo de tecido, o que não falta é diversidade de vestidos jeans que combinam com todos os estilos.
É importante também não esquecer dos vestidos bandage, um sucesso dos anos 90, criado por Hervé Léger em 1989.
O vestido é feito com diversas tiras semelhantes a bandagens, é bem colado ao corpo e ainda faz muito sucesso entre as mulheres atualmente, sendo um dos modelos favoritos da socialite Kim Kardashian.
Atualmente a moda é livre para atender a todo tipo de estilo e comportamento. Produz uma infinidade de modelos de vestidos com variados tipos de decotes, comprimentos, volumes, em tecidos tradicionais e tecnológicos, encontrados em todos os tamanhos, com estilo para todas as idades e ocasiões.
Como o gosto e o estilo se tornaram coisas muito pessoais, estar na moda vai além de acompanhar tendências da estação e de se vestir de acordo com o dresscode do momento. A moda se transformou em uma forma de expressar sua essência e seu estiço de vida.
Mas é claro! As novidades não páram de ser criadas! Não podemos nos esquecer que os modelos de vestidos lançados a cada ano são desenhados em sintonia com as tendencias identificadas pelos futuristas. No entanto, é interessante também perceber que a releitura do que foi moda nas décadas passadas também influencia bastante o que encontramos nas lojas a cada estação.
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