Curiosidades sobre os decotes

(Foto de capa-Criador: YakobchukOlena | Crédito: Getty Images/iStockphoto)

Decote é uma palavra derivada do frânces décolleté e se refere ao recorte da parte superior de blusas e vestidos. Os decotes possuem diferentes formatos e ao longo da história da moda eles variaram entre a ousadia e a discrição.

Existem algumas teorias sobre o surgimento do decote. Acredita-se que ele apareceu na Grécia Antiga, a partir do século XII ac, e sua função era facilitar a amamentação.
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(Crédito:Ojimorena/istock)

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Por outro lado, a roupa mais antiga do mundo, encontrada no Egito, datada com cerca de 5.100 a 5.500 anos, é um vestido com pregas e um decote em V. Este registro tão importante da história do vestuário pode ser considerado um indício, de que talvez, o uso do formato de um decote para adornar um modelo pode ter surgido quase dois milênios antes, no Egito.

Com o passar do tempo e com a percepção de que determinados decotes tornavam as mulheres mais sensuais, os decotes ganharam espaço no vestuário feminino nos bailes reais. Durante a Idade Média, no século XV o uso dos decotes como adorno importante na distinção das roupas se torna mais frequente e seus modelos vão se tornando mais variados. Decotes de formatos quadrados, arredondados, em V, na frente ou nas costas, aparecem das versões mais razas até às versões um pouco mais profundas.
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(Crédito:ZU_09/iStock)

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Como é possível imaginar, o espartilho era um grande aliado dos decotes, porque levantava e valorizava os seios. Quando o espartilho cai em desuso por ser muito desconfortável, o sutiã continua a desempenhar este papel e ainda é um grande aliado dos decotes até os dias de hoje.

A variedade de modelos e a profundidade dos decotes entram e saem de uso ao longo do tempo, em um movimento que retrata o estado de espírito de cada época e cada cultura. Por seu poder de expor uma sensualidade provocante sexualmente, os decotes são uma expressão dos comportamentos de recato ou de ousadia. Os decotes em uso em cada momento da história, em diferentes lugares, retratam isso com muita clareza.
Telma Barcellos

No início do século XX, quando os espartilhos deixam de ser usados, encerrando o uso de roupas que acentuavam demais as curvas femininas, o modelo dos decotes acompanhou a mudança e passou a ser um pouco mais discreto. Era comum que as mulheres usassem roupas sem decotes, com golas em modelos que cobriam todo o colo, e quando usavam decotes, eles eram bem simples e pouco profundos.
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As roupas com decotes discretos nos anos 1920 (Crédito:Shanina/iStock)

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As peças com decotes mais conservadores permaneceram em alta até meados da década de 20, os também conhecidos "Anos Loucos". Foi uma época de muita ousadia na revolução do vestuário feminino, mas a ousadia dos decotes foi resurgindo de forma gradual, acompanhando o ritmo das mudanças no comprimento das saias. As saias encurtaram alguns centímetros mostrando os tornozelos e os decotes voltaram a mostrar um pouco mais o colo das mulheres.

Decotes discretos em um momento de ousadia social parecem uma contradição, mas a estética destes decotes menos arrojados está em perfeita sintonia com as conquistas sociais do novo dress code feminino dos "Anos Loucos" da década de 20.
A nova estética valorizava o conforto e a liberdade das mulheres criando uma nova sensualidade com as roupas largas e fluidas da época, em detrimento das roupas rígidas das décadas anteriores, que valorizavam as curvas femininas a custa de sacrificar sua mobilidade fisica e liberdade social.
Telma Barcellos
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Os anos 30 trouxeram um pouco mais de ousadia na história do decote com a chegada do decote nas costas. Os vestidos com decote profundo nas costas foram chocantes e inovadores, mesmo quando a moda da década de 30 permaneceu discreta, tolida pelos os efeitos da guerra.
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(Crédito: Kisarpad1996, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons)

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Os anos 40 trouxera o decote envelope, um dos modelos mais usados nessa década tanto em vestidos, quanto nos casacos.

Já nos anos 50 os decotes começam a ser mais ousados em maior variedade de roupas. Esta década também foi responsável pelo sucesso do decote "princesa" ditado pela coroação da Rainha Elizabeth II e eternizado por estrelas como Audrey Hepburn. As estrelas da época também eternizaram o decote em V e o tomara que caia.

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(Crédito:yurok/iStock)

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Nos anos 60 os ousados vestidos tubinhos tinham decotes arredondados ou quadrados com arremates e modelos inovadores, mas não eram muito profundos.
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Já a década de 70 traz consigo o decote ombro a ombro, os modelos ciganinha que acompanhavam a onda Hippie e também o decote frente única.

Os anos 80 trouxeram decotes assimétricos de variados tipos, e os anos 90 consagraram os decotes retos e os drapeados.

Dos anos 2000 até os dias de hoje, podemos ver releituras de todos os modelos de decote, em todo tipo de coleções, lançadas a cada temporada.
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(Crédito:lambada/iStock)

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Nos lançamentos do Verão 2019 por exemplo, as coleções tinham várias peças com modelos ombro a ombro, hit dos anos 70 e 80.

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