Desenho do modelo > tecido > molde. Invertendo essa ordem na criação de um modelo!
A criação de uma roupa quase sempre segue as etapas: 1. Desenho do modelo 2. Escolha do tecido e aviamentos 3. Desenho do molde. Nesta experiência começamos com o tecido, sendo trabalhado com efeitos e volumes, depois construímos a roupa, que afinal revela o modelo, para só então extrairmos o molde.
Revivendo aqueles dias em São Paulo módulo II.
Eis que depois de modelar a pele, de criar volumes deformando a pele com a criatividade livre para vestir o corpo, começamos a explorar o tecido.
Começamos a desconstruir a relação “desenho do molde conforme o tecido escolhido, para vestir o modelo já criado”. O tecido vem agora antes da criação do modelo.
O tecido é a matéria da escultura. Começa então a experiência da escultura têxtil no Workshop Metodologia Jum Nakao Modelar Módulo II.
Toda escultura começa com a compreensão do material. É rígido? Flexível? Translúcido? Opaco? Poroso? Polido?
A compreensão do material aliada ao conhecimento da técnica capaz de trabalhar com ele e todas as suas características. Muitas vezes, envolve até a criação de novas técnicas para modelar o material escolhido.
Só então começa o trabalho de transformar a matéria original, prima, em algo novo, único – a obra de arte.
Uma escultura têxtil criada para vestir um corpo usa uma técnica chamada moulage. Depois de conhecer o tecido, de criar uma obra de arte com ele, precisamos conecta-la à pele para vestir um corpo.
Em outras palavras, fazemos a obra de arte com o tecido e depois construímos a roupa com esta “obra de arte têxtil” sobre o busto da figura humana.
Eu havia escolhido o meu tecido, antes mesmo de saber o que faria com ele no workshop. Antes de entender que esse tecido seria algo totalmente novo, para depois ser transformado em uma peça de roupa. Que seria uma obra de arte têxtil cujo modelo da roupa é construído em função da obra e não o contrário.
Depois de criada a minha obra de arte têxtil, começa o trabalho de moulage, levando aquela criação para o busto da figura humana.
Crédito: arquivo pessoal Telma Barcellos
Momento de deslumbramento e de luta! O que antes era livre com o tecido solto, precisa agora ser domado para ter o volume e caimento planejados sob a força da gravidade e das formas do corpo.
Como conseguir que o tecido distribua o exato volume desejado em uma cascata diagonal que se desfaz aos poucos?
Crédito: arquivo pessoal Telma Barcellos
Esse trabalho é um voo solo entre o imaginário pleno de possibilidades e a realidade que exige esforço para conseguir um trabalho original e tecnicamente perfeito!
Nem mesmo Jum Nakao pode te ajudar. Persistir na ideia original, sem aceitar “soluções razoáveis” é o único caminho.
Crédito: arquivo pessoal Telma Barcelos
Que aprendizado! Que maravilha testar limites! Que privilégio saber que possibilidades de criação tem mais a ver com o comprometimento do que com o conhecimento. Que tem a ver também com a coragem de se lançar.
Coragem de se lançar... Eis que o maior desafio de todos do workshop ainda estava por começar!
O “corpo escultura”, como decidi chama-lo.
O exercício agora era projetar estruturas, partindo do corpo, capazes de desconstruir o próprio vestir. Desconstruir o próprio vestir!!!???!!! Onde uma experiência dessa pode nos levar? Qual o seu propósito?
Desconectar a nossa criatividade, nosso desenho e até mesmo a nossa técnica do propósito da funcionalidade. Criar sem o objetivo de cumprir uma função.
A coragem de se lançar no completo desconhecido. A oportunidade de ver o conhecido de cabeça para baixo... Fora da ordem... Fora da cena para este trabalho.
Novo momento de deslumbramento e de luta! Manter o conhecido fora de cena é quase impossível. Por fim decido por um desafio! Minha obra deve envolver o corpo para destaca-lo, mas podendo toca-lo em apenas dois pontos para se conectar a ele.
Eficiente forma de garantir que nenhum conhecimento da forma humana e do desenho de roupas poderia ser incorporado neste trabalho. Mas... E agora? Como cumprir um desafio como este?
Persistindo na ideia, sem aceitar “soluções razoáveis” até conseguir o resultado que cumpra o desafio.
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Crédito: arquivo pessoal Telma Barcellos
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Crédito: arquivo pessoal Telma Barcellos
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Crédito: arquivo pessoal Telma Barcellos
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Invertendo essa ordem de valores!"?
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