Tecidos biodegradáveis para moda praia

(Foto de capa: pxHere)

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A sustentabilidade na moda está em alta e não seria diferente com a moda praia. Tecidos biodegradáveis são uma inovação têxtil muito importante quando o assunto é sustentabilidade, mas muitas pessoas têm dúvidas em relação a esses tecidos quando se trata de produzir roupas de banho. Por isso, resolvemos pesquisar sobre tecidos biodegradáveis na moda praia e compartilhar com vocês aqui no blogModacad.

O tecido biodegradável de forma geral pode ser feito de fibras naturais, de origem vegetal e animal, ou ainda, de fibra sintética biodegradável, quimicamente alterada para se decompor mais rápido.

Um bom exemplo de fibra vegetal biodegradável é a fibra de cânhamo. Produzida a partir da Cannabis sativa, essa fibra é uma das mais sustentáveis do mundo. Ela não precisa de pesticidas ou herbicidas para crescer, é forte e durável, seu uso é superversátil e ela é biodegradável.
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Já um bom exemplo de fibra biodegradável de origem animal é o Qmilk. As fibras são produzidas da caseína, uma proteína do leite. Essa fibra além de 100% natural, é produzida com baixo consumo de água, sem adição de produtos químicos e pode ser compostada.
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O tecido de fibras de canhâmo é resistente e sua produção gera poucos poluentes (Fonte: OlegMalyshev)

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A principal diferença entre os tecidos biodegradáveis e os tecidos comuns é o tempo de degradação após o descarte das roupas. Para um tecido ser considerado biodegradável, ele deve passar por certificações que comprovem os pré-requisitos necessários em relação ao tempo de degradação e à composição da sua matéria prima.

Vamos falar agora destes pré-requisitos e qualidades da principal fibra sintética biodegradável usada na moda praia.

Poliamida biodegradável

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Batizado de Amni Soul Eco, o fio de poliamida biodegradável se decompõe no meio ambiente em até no máximo 3 anos, ou seja, quase 50 anos antes dos tecidos de poliamida comum.

O fio de poliamida biodegradável Amni Soul Eco é uma invenção brasileira! O produto foi inteiramente desenvolvido na unidade de Santo André da Rhodia Solvay, no ABC paulista.

Esta importante inovação no ecossistema têxtil foi criada pela equipe brasileira de pesquisa e desenvolvimento da Rodhia na área de desenvolvimento químico para materiais avançados.

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O fio se decompõe em ambientes com baixo nível de oxigênio e presença de microrganismos típicos de aterros sanitários.

Como o custo extra de produção da poliamida biodegradável é inferior a 5% do custo da poliamida comum, os preços finais são semelhantes, favorecendo a entrada dos tecidos de fibra Amni Soul Eco no mercado.

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A qualidade dos tecidos feitos com poliamida biodegradável é muito semelhante à dos tecidos feitos com poliamida comum, além de ter a mesma durabilidade ao longo do uso das roupas.

"Isso mesmo! A qualidade biodegradável de um tecido não significa instabilidade e fragilidade durante o uso das roupas. O processo de degradação acelerado vai ser propiciado pelas condições frequentes nos ambientes de descarte, como as condições ambientais nos aterros sanitários ou, depois de decorrido o tempo prescrito pelo fabricante do tecido. Até lá, modelos com tecidos biodegradáveis oferecem a mesma qualidade e conforto dos outros modelos, com o glamour e a elegância de preservarem o meio ambiente!"
Telma Barcellos

Por isso diversas marcas já estão lançando suas coleções beachwear feitas com esses tecidos, aderindo a essa moda sustentável, que acreditamos não ser passageira. O meio ambiente agradece! Nós também!

Como fazer seus biquínis e maiôs de tecidos biodegradáveis durarem mais

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Como as condições do ambiente e do uso estão relacionadas à qualidade biodegradável de uma roupa, para que biquinis, maiôs e sungas com tecido biodegradável durem o tempo determinado na prescrição do fabricante dos tecidos é preciso estar atento à forma como essas roupas são lavadas e armazenadas.

Um cuidado muito importante com estas roupas, por exemplo, é se certificar que elas sequem totalmente antes de serem guardadas.

"Bactérias presentes em processos de biodegradação dependem de umidade constante e prolongada no seu ecossistema, junto com menor exposição à luz e ao oxigênio.
Soma-se a isso o fato de que o o tempo de armazenamento de uma roupa geralmente é muito superior ao seu tempo de uso.
Por outro lado, é importante também entender que estes mesmos fatores são muito diferentes durante o uso dos modelos, quando as peças estão molhadas, expostas à luz do sol e ao ar livre. Nestas condições, não há prejuízo na durabilidade das roupas de banho feitas com tecidos biodegradáveis"
Telma Barcellos

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As roupas de banho devem estar totalmente secas antes de serem guardadas (Fonte: YinYang)

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Então nada de esquecer os biquínis e maiôs molhados ou úmidos na bolsa por muito tempo! Assim que possível, lave e seque para guardar corretamente.

Além disso, é importante também observar se o local onde essas roupas vão ser guardadas não tem nenhum tipo de umidade que favoreça a presença de fungos e bactérias.

Vale lembrar que este é um cuidado muito importante até mesmo para as roupas de tecidos não biodegradáveis.

Descarte correto

Usou o biquíni ou maiô até cansar e está decidida a escolher o próximo modelo?

Verifique com cuidado se ele ainda tem condições de ser usado por outra pessoa. Pode ser que com alguns reparos você possa doar ou vender para um brechó/bazar esta peça, evitando que ela seja descartada como um resíduo ambiental.

Infelizmente esta nova cultura de prolongar o valor de uso das roupas é quase inexistente quando falamos de roupas de banho. Por isso a maioria das roupas de moda praia vão parar em aterros sanitários, aumentando ainda mais os resíduos têxteis ambientais.
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A maioria das roupas descartadas acabam em aterros sanitários (Fonte: Ziga Plahutar)

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Ainda que os tecidos biodegradáveis se decomponham em 3 anos nos aterros sanitários, acho que o ideal seria pensar em alguma forma de reaproveitar ou reciclar a matéria prima destas roupas descartadas.

Se realmente não é possível mais usar estas roupas de banho, uma ideia interessante, já usada em alguns casos, é devolver para a fábrica.

Estas indústrias têm conhecimento e condições para realizar, ou enviar para empresas que realizem, processos de reciclagem da matéria prima das roupas, ou mesmo, para fazer o descarte responsável das roupas, diminuindo o impacto destes resíduos têxteis no ambiente.

Um ótimo exemplo disso é o projeto Movimento Reciclo da C&A em parceria com a Retalhar que recolhe todo tipo de material têxtil.

Marcas de Moda Praia que já usam tecidos biodegradáveis

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Coolringa

Uma marca super legal aqui de Belo Horizonte que trabalha com tecidos biodegradáveis para moda praia é a Coolringa.
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De acordo com uma das criadoras da marca, Gabriela Pedrosa, os biquínis e maiôs da coleção Alegria Alegria são feitos com tecido biodegradável e, com o descarte correto, se decompõem em até 3 anos.
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Para Gabriela, usar esse tipo de tecido em roupas íntimas e beachwear é de extrema importância, pois estas são roupas que dificilmente são passadas para frente, aumentando seu tempo de uso como roupas.

Marju

Apaixonadas por praia e com experiência no mercado de moda, as irmãs cariocas Cecília e Mariana Correia decidiram criar a Marju, em 2016.
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As malhas usadas nos biquínis, maiôs e saídas de praia são biodegradáveis e têm proteção UV. Até a embalagem das peças é sustentável, feita de algodão reciclado.

Florita Beachwear

Júlia Almeida-Bailey trocou a carreira de atriz global pela de empresária ao lançar a Florita, grife de beachwear sustentável. A ideia nasceu da vontade de Júlia de mudar de área após se mudar para Londres e resgatar um estilo de vida mais natural.
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As peças são feitas com tecidos biodegradáveis e tecidos de fibras de garrafas PET descartadas. Além disso, as sobras de tecidos são reutilizadas e todo o processo de produção é pensado para reduzir impactos no meio ambiente.

Flee

Lançada em 2015 por um coletivo formado pelos os engenheiros cearenses César Cunha, Leonardo Esmeraldo e Orlando Lustosa, o designer Breno Braga e a professora Cássia Lustosa, a Flee usa tecidos biodegradáveis e trabalha com upcycling, reaproveitando sobras de tecido de suas produções em novas peças.
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Levh

Além de usar tecidos biodegradáveis, a marca Levh é a primeira no Brasil a usar um tecido feito a partir do nylon regenerado de redes de pesca e de outros tipos de nylons descartados na natureza.
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A preocupação com processos sustentáveis na Levh não pára por aí. Esta etiqueta, criada pela estilista Melissa Granado e pelo engenheiro e surfista Raphael Almeida, doa 1% do valor de cada peça vendida às instituições SOS Amazônia e Eco Surf.

Emi Beachwear

A Emi Beachwear tem roupas de banho feitas à mão e tem como premissa da marca a afetividade.

A Emi Beachwear usa tecidos biodegradáveis, tanto os de fibras sintéticas quanto os de fibras naturais. Além disso as estampas dos biquínis e maiôs são pintadas à mão.
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