Técnicas de estamparia manuais e semi manuais
Impossível imaginar a moda hoje sem a estamparia. Usamos diversas técnicas de estamparia, das manuais e semi manuais, passando pelas técnicas mecanizadas de rotativa cilíndrica ou por quadros, até as técnicas de matrizes digitais.
Neste primeiro texto desta série "Técnicas de Estamparia", vamos falar das tecnologias manuais e semi manuais para estampar tecidos.
Estamparia Manual
A estamparia manual tem diversas técnicas. Escolhi falar das que acho de principal importância e que continuam a ser usadas até hoje. A primeira de todas é a Pintura livre, feita inicialmente com os dedos, depois com istrumentos rudimentares como por exemplo folhas, cascas, pedras, até a criação dos pincéis. Hoje continua a ser feita em qualquer um destes processos e sua característica principal é resultar imagens únicas.
Os efeitos do processo de marmorização são únicos (Crédito:Anna Bliokh/iStock)
Outro processo de estamparia com esta mesma característica, cujas imagens jamais serão reproduzidas em série é a Marmorização.
Com origem na antiga arte japonesa chamada Suminagashi, a marmorização em água por imersão existe há quase mil e duzentos anos, e se resume em desenhar sobre um banho líquido ou de gel, onde a tinta flutua, e por mergulho na superfície o design criado é transferido para o papel, tecido ou objeto tridimensional.
Novas técnicas manuais de estamparia são criadas ao longo da história da humanidade para vencer os desafios de estampar maiores áreas de tecido e também de reproduzir uma imagem repetidas vezes, sem muitas alterações. Exemplos dessas técnicas ainda usadas até hoje são o bloco de impressão, o estêncil e o batique.
Mestre artesão-artesão-artista Mohammed Khatri, Madhya Pradesh, Índia (Crédito:Eric2753/Wikimedia)
A impressão com blocos funciona como um carimbo. As imagens são entalhadas nos blocos que são embebidos na tinta e pressionados no tecido.
O stencil é a técnica em que se aplica a cor que se pretende colorir, em uma área limitada por um desenho em moldes vazados.
E finalmente, o batique é a técnica em que se aplica a cor que se pretende colorir, em uma área limitada por uma camada de cera que impede a absorção da tinta naquela área. A cada tingimento de uma cor, áreas já coloridas ou reservadas a outras cores, precisam ser protegidas pela aplicação desta cera. Estampas com muitas cores exigem a aplicação e remoção de cera várias vezes para serem feitas. A cera só é completamente removida do tecido, ao final do processo. Esta técnica é de origem javanesa.
Batique - técnica usada em estamparia de tecidos e em obras de arte. (Fonte: wikimedia commons)
"Apesar das técnicas manuais serem mais demoradas, os resultados são maravilhosos e há quem prefira esses métodos pelo prazer da criação e pela exclusividade das peças. Afinal, nestes processos, uma peça nunca será exatamente igual à outra." Lívia Monteiro
Estas técnicas quando usadas em estilos de desenhos como o grafismo, com suas formas geométricas básicas - quadrados, triângulos, losângulos, listras, etc, dão um resultado harmonioso porque unem o rigor das formas ao aspecto rústico e artesanal das estampas desenhadas à mão.
Estamparia semi manual, isto é, parcialmente executada à mão
Serigrafia
A serigrafia é uma técnica que consiste em pressiohar a tinta em uma tela sobre um tecido, com um rodo. A tinta atravessa a tela nas áreas livres e colore o tecido. As áreas em que a tela está velada, não permitem a passagem da tinta.
Para gravar o desenho na tela, pinta-se a tela com uma emulsão fotossensível, que é colocada em uma mesa de luz, sobre um fotolito com a imagem a ser impressa desenhada em cor preta. Os pontos escuros do fotolito correspondem aos locais que ficarão vazados na tela. Correspondem à área do tecido que vai receber a tinta para formar a imagem.
Processos de serigrafia (Crédito:valeria liuzzi/iStock)
Para estampar imagens coloridas é necessário gravar uma tela para cada cor a ser impressa. Depois de impressa, cada cor precisa estar seca antes da impressão da próxima cor.
O fotolito pode ser impresso a laser, a tinta ou até desenhado à mão. Por isso a serigrafia pode usar desenhos, imagens fotografadas e até digitalizadas como matrizes de uma estampa.
Os resultados são geralmente bem variados. São inúmeras as possibilidades de criação com resultados muito diferentes.
O processo serigráfico é usado também para outras técnicas de estamparia como a corrosão, o devorée e a cola plastisol com glitter, ou com esfera sintética ou com flocagem.
Corrosão
"É a destruição da cor do tingimento na área onde foi aplicada a impressão. Se a área previamente tinta com um corante se torna branca ou incolor por corrosão, o processo é denominado “corrosão branca”. Se a área colorida é descarregada e recolorida por meio de uma formulação de corrosão pigmentada, o processo é denominado “corrosão colorida”."
Calças jeans que passaram pelo processo de corrosão (Fonte: StoneClear Biossustentável Erigma)
As preparações de corrosão podem ser aplicadas nos tecidos por meio de Serigrafia plana ou rotativa, por pintura manual ou automática, com carimbos tradicionais e outros alternativos como borrachas de EVA. Uma simples fruta cortada e usada como carimbo pode render efeitos de corrosão inusitados.
Devorèe
A técnica, também conhecida como Burnout, realiza a estamparia sobre veludo, plush e outros tecidos com texturas semelhantes. Usando a espessura do relevo para estampar, o desenho é feito pela queima, que cria uma marca delimitando o gráfico no tecido. Assim que se retira a pasta da queima, o desenho fica determinado com uma diferença da textura lisa entre a parte queimada e o veludo macio.
Plastisol incolor
O Plastisol é o suporte para o glitter, a esfera sintética ou a flocagem. É aplicado no tecido por meio de bisnaga ou serigraficamente. O processo pode ser artesanal, ou ser usado em estamparia de larga escala.
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