Como surgiu a estamparia
A gente sabe que a história do vestuário é muito antiga. Ela se confunde com a pré história, quando a humanidade começa a se proteger das condições do meio ambiente usando peles de animais.
"Quando esta prática se torna um hábito, surge a necessidade de fixar estas peles ao corpo para libertar os movimentos e considero esta evolução como o início da produção de roupas."
Se vestir por sí só, mas também como se vestir já era sinônimo de status e poder desde o início da história da civilização. Alguns estudiosos defendem a ideia de que o porte da caça que estampava a roupa demonstrava a força daquele que a vestia. Isso nos faz refletir sobre outro assunto: quando a cultura humana começou a estampar roupas com a sua criação de imagens?
É verdade que, inicialmente, as peças não tinham estampas produzidas, a matéria prima para a confecção das roupas era limitada e suas texturas e padronagens eram naturais. Além de peles de animais, folhas e fibras naturais também eram usadas para vestir na pré-história.
Dezenas de milhares de anos depois, são encontrados registros do surgimento de métodos de estamparia, como por exemplo, pinturas do Antigo Egito mostrando imagens de mulheres vestidas com tecidos estampados de desenhos de pele de animais. Estamos falando aqui de aproximadamente 5000 anos atrás.
Fonte: wikimedia commons
A civilização fenícia (3.000 a 322 a.C), que viveu nas terras onde hoje está a região de Israel, Líbano e Síria, foi uma das primeiras a criar métodos de estamparia. Utilizavam blocos de madeira com motivos gravados para estampar, como uma espécie carimbo. Também produziam padronagens em seus tecidos com a tecelagem trabalhada em fios de diversas cores.
Suas estampas eram inovadoras e únicas na época, por isso mesmo muito apreciadas pelo mercado. Outro método de estamparia usado pelos fenícios era o stencil - técnica em que se aplica a cor que se pretende colorir, em uma área limitada por um desenho em moldes vazados. Os fenícios produziam também bordados em cores ricas e vibrantes.
No entanto, alguns historiadores reputam à China a criação deste método de estamparia com blocos em alto-relevo à maneira de carimbos, a 2.000 anos atrás. Já outras fontes consideram a Índia como a criadora desta técnica porque também há registros de uso da técnica na Índia na mesma época, a 2.000 anos atrás.
O fato é que a Índia também é referência histórica mundial na arte da estamparia, por este e por outros fatores. Dominavam a técnica de tingimento desde a Antiguidade e foram, no mínimo, um dos pioneiros no uso da estamparia com blocos de madeira. Mas foram os indianos os responsáveis por uma sofisticação deste processo que permitiu a criação de estampas muito mais ricas e mais elaboradas.
Blocos usados para impressão em bloco de roupas, impressão rajasthani, Jaipur (Autor: Swapnil.Karambelkar/Wikimedia Commons)
"Fizeram isso melhorando a disposição das imagens no tecido - criando blocos em diferentes materiais, em formatos originais, que encaixavam os desenhos com maior perfeição. Esta habilidade possibilitou criar estampas inovadoras evidenciando menos o padrão de repetição. Bem como possibilitou maior precisão na sobreposição de cores. Podemos considerar estes avanços como os primórdios do conceito de rapport - desenho que se repete para criar uma estampa. O rapoort é uma unidade de estampa usada até hoje em todos os processos modernos de estamparia corrida."
Cada região da Índia desenvolveu e aperfeiçoou suas próprias técnicas de block printing, que refletem as raízes culturais do local onde foi criado. Existem três principais técnicas de execução:
Block Printing Tradicional
Block Printing por Resistência ou Dabu Printing
Block Printing por Remoção ou Discharge Printing
Os chintz indianos eram produzidos antes do século XV.
Mas apenas no fim do século XVII, estas técnicas foram popularizadas chegando à Europa, com o aprimoramento em tela de estencil.
Em 1750 na Europa, houve a criação dos rolos de cobre gravados em baixo relevo, usados na estamparia de algodão e seda. Em 1783, a criação por Thomas Bell na Holanda, dos cilindros gravados em alto relevo, que eliminavam a necessidade de retirar o excesso de tinta dos cilindros.
"E bem depois de todos estes avanços, em 1834, um francês chamado Perrot inventou um sistema mecanizado de impressão com o uso de blocos, esta tecnologia ancestral, que ficou conhecido por Perrotine."
A criação de estampas no ocidente
A seda vinda do oriente ainda dominava o comércio de tecidos nos séc. XIV e XV entre a nobreza européia. Mas em paralelo, a produção de tecidos local começa a criar e estampar temas que atraem o interesse destes consumidores. Surge uma oferta de tecidos listrados, tecidos com o xadrez e figuras de tradição européia. Mas nem todas as estampas agradavam. As listras, por exemplo, eram inicialmente utilizadas apenas por prisioneiros, palhaços, prostitutas e carrascos.
As flores também começaram a estampar os tecidos. Os primeiros florais surgiram nas regiões de Gênova e Florença e foram muito apreciados pela nobreza.
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